terça-feira, 13 de novembro de 2007

" A Maria Castanha"


No dia 9 de Novembro comemoramos o nosso Magusto Escolar.


De manhã fizemos a tradicional fogueira e comemos as castanhas. Há tarde, a Professora Eduarda contou-nos a história da menina chamada Maria Castanha.


Todos adoramos e pedimos que nos contem mais histórias como esta.

Aqui mostramos a história da Maria Castanha para que a conheçam e contem em casa.





A Maria Castanha


Há muitos, muitos anos havia uma cabana no meio da floresta onde viviam seis duendes muito endiabrados. Usavam todos um barrete laranja e uma roupa de cor diferente. Eles gostavam muito de brincar e cantar. O que tinha a roupa azul chamava-se Azulinho. O outro que andava vestido de verde era o Verdinho. O que tinha roupa de cor laranja chamavam-lhe o Laranjinha. O quarto andava vestido de branco era o Branquinho. O quinto tinha a roupa amarela e chamavam-lhe Amarelinho. E o sexto andava vestido com roupa vermelha, era o Vermelhinho.
Cada manhã, um dos duendes encarregava-se das tarefas da casa, enquanto os outros corriam e brincavam na floresta. Mas quando chegava o Domingo, já todos os duendes tinham feito as suas tarefas e nenhum queria trabalhar.
Assim, aos Domingos, ninguém fazia as camas, nem varria a casa, nem limpava o pó e, o pior de tudo, era que nenhum deles fazia a comida! Por isso, aos Domingos, estavam todos de mau humor e zangados e acabavam quase sempre o dia a brigar uns com os outros.
No outro lado da floresta, vivia um avô com a sua neta, que era uma menina muito bonita chamada Maria Castanha.
Deram-lhe este nome porque ela e o seu avô apanhavam castanhas e iam vendê-las no mercado da povoação.
Cada vez que iam para a floresta, o avô dizia à Maria Castanha:
Toma atenção, não te afastes muito e sobretudo não passes para o outro lado do rio. Lembra-te que vivem lá os duendes da cabana.
Os duendes são maus, avô?- perguntou a menina.
Não, não são maus, mas gostam muito de fazer travessuras.
Já há muito tempo que não havia passagem para o outro lado do rio, mas um dia de uma grande tempestade um castanheiro muito grande caiu e ficou atravessado no rio. E naquela tarde a Maria Castanha foi à floresta apanhar flores e andando, andando, passou por cima da árvore para o outro lado do rio e encontrou a cabana dos duendes.
Quando os duendes a viram, ficaram muito contentes. Depois, perguntaram-lhe como é que se chamava, onde vivia e se queria ficar a brincar um bocado com eles. Assim, todos juntos, estiveram a tarde inteira a brincar: às escondidas, aos cinco cantinhos, ao lenço, ao gato e ao rato...
Mas, de repente, a Maria Castanha percebeu que estava a escurecer:
Bem, agora tenho que voltar para casa do meu avô- disse ela.
Naquele momento, os duendes deram as mãos e fizeram uma roda à volta da menina e começaram a cantar:
Não, não; tu não te irás embora. Não, não; não regressarás.
A princípio, a Maria Castanha pensou que eles estavam a brincar, mas depois de um bocado, vendo que já era quase noite, disse:
Pronto, já chega. Agora é que me vou embora.
E os duendes tornaram a dar as mãos e cantaram: não, não, não irás embora.
A pobre Maria Castanha, com a voz a tremer um bocadinho, perguntou:
Mas o meu avô vai ficar preocupado.
Basta que lhe mandes uma mensagem a dizeres onde estás e pronto.
Sim, mas aqui na floresta não há carteiro.
Não faz mal, temos o velho Crock.
Quem é o velho Crock?
Os duendes bateram palmas e começaram a gritar” velho Crock!”
Nesse momento, ao longe ouviu-se “ croc, croc, croc”, o ruído de um pássaro grande, e de repente viram chegar a voar uma espécie de corvo muito grande, azul da cabeça aos pés,, menos o bico que era amarelo. A Maria Castanha, então, escreveu em letras grandes num papel:
“ Avô, não fiques preocupado, fico até amanhã com os duendes.”
O velho Crock agarrou no papel com o bico e voou até à casa do avô da menina. No dia seguinte, a menina levantou-se para arrumar a casa: acendeu a lareira, fez as camas, fez a comida, e ficaram todos muito contentes.
Quando chegou a tarde, a Maria Castanha quis ir-se embora...., mas os duendes deram as mãos e fizeram uma roda à volta dela.
Não, não, tu não irás embora.
A menina começou a chorar.
Mas, por que é que não me posso ir embora?
Podes ir embora mas tens que prometer que vens todos os Domingos para arrumar a casa e... fazer a comida!
A Maria Castanha prometeu. Mas antes de ela se ir embora ainda lhe disseram:
Se não cumprires o que prometeste, nós ficaremos muito zangados contigo e o velho Crock, como castigo, rouba-vos todas as castanhas antes de as poderem vender.
A Maria Castanha prometeu e por fim pôde regressar a casa do seu avô.
Nos dois Domingos seguintes a menina foi arrumar a cabana dos duendes, mas no terceiro Domingo a menina disse ao avô:
Acho que desta vez não vou. Estou cansada.
Está bem- disse o avô,- então temos de trancar bem as janelas e as portas, porque o velho Crock pode vir roubar-nos as castanhas.
Quando já estava tudo trancado e fechado e a menina e o avô dormiam descansados, ouviram alguém a bater à porta e uma velhinha a gemer:
Sou uma pobre velhinha que me perdi na floresta; se me pudessem ensinar o caminho...
O avô levantou-se e desceu para abrir, mas em vez de uma velhinha, viu que era um dos duendes que tinha disfarçado a voz e atrás deles estavam os outros, que entraram a correr dentro da casa. Uns empurraram o avô contra uma parede para que não fugisse, outros foram abrir as janelas para o velho Crock entrar. Este levava um saco muito grande e levou todas as castanhas que encontrou. O corvo saiu a voar e os duendes, mais espertos do que uma raposa, desapareceram sem deixar rasto.
O avô e a Maria Castanha ficaram a chorar toda a noite enquanto lá fora começava uma grande tempestade de raios, trovões e vento.
No dia seguinte, o avô disse:
Aqueles duendes são uns ladrões. Vamos procurar o guarda da floresta. Ele vai ajudar-nos a fazer com que nos devolvam as castanhas.
O guarda da floresta, ao saber o que tinha acontecido, pegou no seu cajado, chamou o cão e disse:
Vamos, vou já dar uma lição a estes duendes.
O avô e a Maria Castanha seguiram atrás dele.
Mas, por mais que procurassem, não encontraram a cabana dos duendes em lugar nenhum. A grande tempestade daquela noite tinha-a derrubado e feito desaparecer. Passado um bocado, viram umas pegadas no chão, debaixo de um grande castanheiro. Em cima da árvore estavam os duendes, cansados, encharcados, sujos, a espirrar e a chorar. Estavam todos ao monte, cheios de fome e de frio. Noutro ramo, com as penas cheias de lama, todo molhado, estava o velho Crock.
Fomos castigados- disse um dos duendes.- Por pouco não morremos e ficámos sem casa. Perdoem-nos, nunca mais faremos isso!
O avô e a Maria Castanha tiveram pena deles e disseram-lhes:
Se não têm casa, podem ir viver connosco, lá ficam bem.
Obrigado, obrigado!- disseram os duendes. – Prometemos que vamos ser bonzinhos e que vamos trabalhar. Faremos todos os recados, lavamos, varremos a casa, vamos apanhar lenha, não precisam de fazer nada... só a comida, porque a Maria Castanha cozinha melhor do que ninguém.
Tudo isso está muito bem- disse o guarda da floresta: - mas vocês têm que ir buscar as castanhas e devolvê-las agora mesmo!
Então, os duendes e o velho Crock desapareceram floresta dentro e trouxeram de um esconderijo as castanhas que tinham levado, e até apanharam mais, enchendo três grandes sacos.
Depois, regressaram todos para casa do avô, muito contentes. Os duendes fizeram o seu quarto no palheiro, e o velho Crock encontrou no telhado um tronco bem forte onde fez a sua casa.

1 comentário:

Anónimo disse...

esta fixe este texto e gigante.